Na sua crónica, Luís Osório revelou um momento muito pessoal relacionado com o cantor. Contou sobre a única vez em que assistiu a um espetáculo ao vivo de Marco Paulo, em dezembro de 2021, no Campo Pequeno. Osório explica que comprou os bilhetes como forma de despedida, tanto para ele como para a sua avó Joaquina, que venerava o cantor. Para ele, foi um tributo à avó que, como muitas mulheres portuguesas, parava tudo o que fazia para ouvir as canções de Marco Paulo, que se tornaram o som de fundo de gerações de famílias humildes.
Marco Paulo, segundo Osório, foi muito mais do que um simples cantor. Ele pertenceu ao povo, especialmente às mulheres que trabalhavam arduamente e viam nele uma figura próxima, quase familiar. As suas canções não eram apenas melodias, mas sim hinos de uma realidade vivida por muitas pessoas que encontravam nas suas músicas consolo e companhia. Ele foi a voz das mulheres que, nas palavras de Osório, eram frequentemente ignoradas pelas elites, mas que encontravam em Marco Paulo um refúgio emocional.
A crónica de Luís Osório termina com um agradecimento sentido ao cantor. Um agradecimento pela forma como Marco Paulo se ofereceu ao povo, como esteve sempre disponível para as pessoas mais humildes e lhes deu tudo o que tinha. Esta despedida pública é um tributo ao legado imortal de um artista que tocou corações de muitas gerações, tornando-se numa figura eterna na cultura portuguesa.
Enquanto Marco Paulo enfrenta este momento delicado da sua vida, a sua influência e o impacto que deixou no coração de tantos continuam a ser celebrados por aqueles que o acompanharam ao longo dos anos, como Luís Osório, que soube captar a essência do que o cantor representou para o povo português.