Morreu uma das mais típicas figuras da tradição académica portuense. Morreu, aos 73 anos, o Dux Veteranorum da praxe do Porto, Américo Martins, considerados por muitos “um pai” na universidade.
A primeira matrícula fê-la nos anos 60, mas por lá continuou inscrito até ao dia da sua morte. “A tradição académica é a minha vida”, chegou a dizer em entrevistas, o estudante que se recusou a deixar de o ser.
“De estudante passei a praxista, boémio e pensador da tradição académica”, dizia também Américo Martins, que apenas suspendeu a universidade, quando foi para a guerra colonial. No regresso a Portugal, voltou à academia e por lá ficou até aos dias de hoje.
A Federação Académica do Porto anunciou a partida de Américo Martins, esta terça-feira, 03 de dezembro. “A Federação Académica do Porto vem manifestar publicamente o mais profundo pesar pelo falecimento do Dux Veteranorum, Américo Martins, e endereçar à família, amigos e estudantes as mais sentidas condolências. Recordaremos com eterna saudade o espírito de entrega, o serviço ao próximo e o envolvimento com a Academia do Porto. Américo Martins foi Academia do Porto do primeiro ao último dia”, pode ler-se no portal da FAP. “É com enorme sentido de pesar que o Orfeão Universitário do Porto recebeu a notícia do falecimento do Américo Martins, Dux Veteranorum da Academia do Porto e antigo sócio do OUP.
O Américo dedicou muito da sua vida à Academia do Porto como conceito e vivência prática, nunca deixando ninguém indiferente à sua paixão, vivacidade e presença inescapável, marcando inúmeras gerações de estudantes com a sua eterna jovialidade e espírito académico. O lugar de figura incontornável da história académica do Porto é seu por direito próprio. História essa que não se limitou apenas a ver e viver, mas igualmente a escrever e a criar.
À sua família e amigos, em especial na pessoa da nossa querida Margarida Paula, o Orfeão endereça as suas mais sentidas condolências”, anunciou igualmente nas redes sociais o Orfeão do Porto.