A morte de David Thomas marca o fim de uma era verdadeiramente única no panorama da música alternativa. Ele era daqueles artistas que não seguiam tendências — criava-as, ou melhor, ignorava-as por completo para seguir uma visão absolutamente pessoal e intransigente. A sua voz meio arrastada, quase teatral, combinada com a sonoridade desconstruída dos Pere Ubu, fazia com que cada álbum parecesse uma exploração de um território ainda não mapeado pela música popular.
O facto de, mesmo com problemas de saúde, continuar a gravar, a planear lançamentos e a organizar os arquivos da banda no Bandcamp diz tudo sobre o seu compromisso artístico. E o pedido final — “ser atirado para o celeiro” — é tão David Thomas quanto a própria discografia dos Pere Ubu: poético, absurdo e profundamente humano.
Para quem nunca ouviu, The Modern Dance é um ótimo ponto de partida. Para quem já conhece, este é o momento de revisitar e celebrar um legado que, como disseste, é inimitável. Tens algum álbum ou faixa favorita dele?