Nininho Vaz Maia é, hoje, um dos nomes mais acarinhados e respeitados da música portuguesa contemporânea. A sua ascensão no panorama nacional tem sido marcada por uma combinação poderosa de talento, autenticidade e uma história de vida que toca profundamente quem o ouve. Com uma voz rouca, carregada de emoção, e um estilo musical fortemente influenciado pelo flamenco, pela tradição cigana e pelos sons populares portugueses, Nininho conquistou o país com canções que falam de amor, de dor, de raízes e de redenção. Mais do que um cantor, é um contador de histórias através da música — histórias que são espelho da sua vivência e da cultura que o formou.
Nascido em França, mas criado em Portugal, Avelino Abel Vaz Maia — nome verdadeiro de Nininho — cresceu num ambiente onde a música era mais do que uma expressão artística: era parte do dia a dia, um elo entre gerações, um meio de expressão da alma cigana. Desde pequeno teve contacto com as guitarras flamencas, os ritmos quentes e os cânticos tradicionais, que com o tempo se fundiram com outras influências para dar origem ao seu estilo único. O nome artístico “Nininho” é, por si só, carregado de simbolismo: trata-se de uma homenagem ao seu pai, também músico, conhecido na comunidade como “Nininho”. Ao adotar esse nome, o artista quis manter viva a memória e o legado familiar, unindo a isso os apelidos “Vaz Maia”, que afirmam com orgulho a sua identidade e linhagem.
A notoriedade pública de Nininho começou a crescer de forma intensa a partir de 2020, com temas como E Agora?, Raízes, Gosto de Ti, entre outros. As suas canções rapidamente atingiram milhões de visualizações nas plataformas digitais, e o artista tornou-se presença habitual em programas de televisão e nos maiores palcos do país. A sua música, embora profundamente enraizada na tradição, tem uma sonoridade atual, emotiva e envolvente, que fala diretamente ao coração do público. É essa fusão entre o antigo e o novo, entre a dor e a esperança, que faz com que tantos portugueses se identifiquem com as suas letras.
Mas o percurso de Nininho não foi feito apenas de aplausos. Antes de alcançar o sucesso, enfrentou momentos difíceis. Em 2014, viveu um período conturbado que resultou em prisão domiciliária. Foi durante esse tempo de isolamento e reflexão que a música surgiu como um refúgio e um ponto de viragem. Em entrevistas, o cantor já revelou que foi nesse momento que tomou a decisão de mudar de vida e de se dedicar totalmente à arte, transformando a dor e a culpa em motivação para criar. Essa experiência marcante não é esquecida, mas sim integrada na sua narrativa pessoal — como um capítulo necessário que o ajudou a encontrar o verdadeiro caminho.
No passado dia 6 de maio, Nininho Vaz Maia voltou a emocionar o público português com um concerto inesquecível, onde não só apresentou os seus maiores êxitos como também reafirmou a sua ligação genuína com os fãs. A receção calorosa e os aplausos constantes foram reflexo do carinho que os portugueses sentem por ele — não apenas pelo artista que é, mas pelo homem que representa. Um homem que caiu, levantou-se e hoje inspira milhares com a sua verdade, a sua música e a sua presença.
Com 37 anos, Nininho continua a trilhar um caminho de autenticidade, orgulho nas origens e entrega total à música. A sua história é a prova de que o talento aliado à resiliência pode transformar qualquer trajetória. Por detrás do nome artístico que ecoa nos palcos e nas rádios está Avelino Abel Vaz Maia, um exemplo de superação, de arte com alma e de fidelidade às raízes. A sua voz não canta apenas melodias — conta vidas, carrega memórias e toca corações.