Campanha solidária arrecada 28 mil euros para salvar casa de casal idoso ameaçado de despejo após tragédia familiar
A história de Rosa e Aristides Santos, um casal de 71 e 74 anos residente no concelho de Sintra, tem comovido o país. Após perderem a filha e a neta num crime hediondo, enfrentam agora a possibilidade de perder também a casa onde sempre viveram. A situação gerou uma poderosa onda de solidariedade, que em poucos dias já permitiu angariar mais de 28 mil euros.
O drama começou com a descoberta de que Rosa e Aristides eram fiadores de um crédito bancário no valor de 250 mil euros, contraído pela filha Rute sem o seu conhecimento. Com a morte trágica de Rute e da neta Maria, brutalmente assassinadas pelo companheiro de Rute, a dívida ficou por saldar, e o banco avançou com o processo de execução da hipoteca.
O risco de despejo é real e iminente. O imóvel poderá ser vendido em hasta pública caso o montante em dívida não seja pago. Rosa e Aristides vivem há mais de quatro décadas naquela casa, e a perspetiva de serem obrigados a deixá-la agrava ainda mais o seu sofrimento.
Indignado com a injustiça, o filho do casal, Nélson, decidiu agir. Lançou uma campanha de angariação de fundos através de plataformas digitais, com o objetivo de reunir os 148.500 euros em falta para readquirir legalmente o imóvel e impedir que os pais fiquem sem teto.
A resposta foi comovente. Pessoas anónimas de todo o país começaram a contribuir. Entre os muitos gestos de solidariedade, destacam-se mensagens de apoio, partilhas nas redes sociais e até iniciativas paralelas para angariar mais fundos. A campanha atingiu 28 mil euros em poucos dias, demonstrando o impacto que a história teve junto da opinião pública.
A visibilidade da campanha cresceu ainda mais esta semana, quando o locutor e humorista Nuno Markl utilizou a sua plataforma nas redes sociais para divulgar o caso. O apoio de figuras públicas trouxe ainda mais atenção à causa, o que fez aumentar o número de doações e partilhas.
Entretanto, a família continua a negociar com o banco uma solução que evite o despejo. Nélson admite que o valor em falta é elevado, mas está confiante na mobilização das pessoas. “A minha mãe e o meu pai não merecem mais sofrimento. Eles não sabiam de nada, e agora pagam um preço altíssimo por uma dívida que não é deles”, desabafou.
Organizações de apoio social e juristas têm também prestado apoio, ajudando na mediação com o banco e procurando alternativas jurídicas para proteger o casal. No entanto, o tempo corre contra eles, e a família teme que, sem uma intervenção rápida, a casa seja mesmo perdida.
Este caso reacende o debate sobre o papel dos fiadores e a proteção legal de idosos em situações de crédito bancário abusivo ou encoberto. Várias associações têm apelado ao Governo para legislar no sentido de garantir maior transparência e proteção em contratos de fiança.
Enquanto isso, Rosa e Aristides vivem entre a dor da perda e a esperança de manterem o único lar que conhecem. A solidariedade que têm recebido é, neste momento, o seu maior consolo — e talvez a única forma de travar mais uma tragédia na vida deste casal.
Como ajudar
A angariação continua em curso e cada contribuição pode fazer a diferença. Rosa e Aristides contam agora com o apoio de centenas de anónimos, da sua comunidade, e de figuras públicas como Nuno Markl, para não perderem o lar onde viveram toda uma vida.
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