português Francisco Morgado sofre acidente grave na Rampa da Falperra

 

A manhã de sábado, 10 de maio de 2025, prometia ser mais uma celebração da velocidade e da perícia automobilística na célebre Rampa Internacional da Falperra. No entanto, o que deveria ser um evento de festa foi abruptamente transformado por um acidente grave que envolveu o piloto português Francisco Morgado.

Durante a primeira subida oficial da prova, válida para o Campeonato de Portugal de Montanha, Morgado perdeu o controlo do seu Mercedes AMG GT3 numa das zonas mais técnicas e traiçoeiras do traçado — a chicane que antecede uma curva de alta velocidade.

O carro, após uma manobra falhada de travagem tardia, deslizou lateralmente e embateu com enorme violência numa árvore situada à berma da pista. O impacto foi devastador, arrancando a árvore pela raiz e projetando estilhaços em várias direções.

Infelizmente, uma das ramificações atingiu uma espectadora que se encontrava fora da zona de segurança, mas ainda assim próxima do percurso. O pânico espalhou-se rapidamente entre o público e os comissários de pista.

A organização reagiu de imediato, interrompendo a prova e ativando todos os protocolos de emergência. Duas ambulâncias chegaram ao local em minutos, prestando os primeiros socorros ao piloto e à espectadora ferida.

Francisco Morgado foi retirado do habitáculo consciente, mas com múltiplas lesões visíveis. O capacete apresentava marcas de impacto, e o piloto demonstrava sinais de dor intensa, especialmente na região torácica e nas pernas.

A espectadora, identificada como uma mulher na casa dos 40 anos, sofreu ferimentos graves na cabeça e num dos braços. Apesar da gravidade, foi estabilizada no local antes de ser transportada de urgência para o hospital.

Ambos os feridos foram levados para o Hospital de Braga, onde foram submetidos a exames detalhados. Até ao momento, a informação disponível indica que nenhum deles corre risco de vida, embora os prognósticos ainda sejam reservados.

A prova ficou suspensa por mais de uma hora, enquanto equipas de segurança e limpeza removiam os destroços do carro e a árvore caída, além de garantirem que a pista estivesse novamente em condições para ser utilizada.

O silêncio que se seguiu ao acidente foi marcante. Os espectadores, muitos dos quais viajando de longe para assistir ao evento, estavam visivelmente chocados com o que presenciaram.

Francisco Morgado é um nome conhecido no automobilismo nacional, especialmente nas rampas de montanha, onde se destacou por sua técnica apurada e capacidade de extrair o máximo do seu carro em subidas curtas e exigentes.

A máquina que conduzia, um Mercedes AMG GT3, é uma das mais potentes do campeonato, com mais de 500 cavalos e tecnologia de ponta. Contudo, nem mesmo um veículo dessa categoria é imune a falhas ou erros em condições extremas.

A organização, em comunicado breve, expressou solidariedade para com as vítimas e assegurou total colaboração com as autoridades nas investigações em curso. O diretor da prova afirmou que será feita uma reavaliação das condições de segurança para evitar incidentes semelhantes.

Peritos começaram a recolher dados no local logo após o acidente, incluindo análises ao estado da pista, condições do carro e dados de telemetria. O objetivo é compreender se houve falha mecânica, erro humano ou uma combinação de ambos.

Nas redes sociais, a notícia espalhou-se rapidamente, com mensagens de apoio ao piloto e à espectadora, mas também críticas à gestão da segurança em certos pontos do percurso.

O debate sobre a segurança nas rampas voltou à tona, especialmente sobre a delimitação das áreas onde o público pode assistir. Mesmo com zonas vedadas, há sempre quem arrisque posições mais próximas da pista.

Testemunhas afirmaram que a espectadora atingida estava num ponto com pouca visibilidade e fora das barreiras oficiais, uma situação infelizmente comum em eventos desta natureza.

O desporto automóvel carrega consigo uma dose inevitável de risco, mas cada incidente reforça a necessidade de constante adaptação das medidas de proteção. A velocidade e o espetáculo nunca devem comprometer a segurança.

Francisco Morgado será submetido a novos exames nas próximas horas, e os médicos decidirão se será necessário algum procedimento cirúrgico. A sua equipa técnica mantém-se ao lado do piloto e agradeceu o apoio recebido.

Outros pilotos, alguns ainda a prepararem-se para a segunda subida, mostraram-se consternados. Muitos consideraram não voltar à pista até ter garantias de segurança adicionais por parte da organização.

A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting deslocou delegados ao local para acompanhar o caso e dar suporte técnico e institucional. A prioridade, segundo os responsáveis, é garantir que todas as condições estejam reunidas para a retoma da prova com segurança.

A cidade de Braga, habituada a receber este evento com entusiasmo, também se mobilizou. Várias pessoas dirigiram-se ao hospital para saber o estado de saúde do piloto e da espectadora, num gesto de solidariedade.

O impacto emocional do acidente não passou despercebido. Entre pilotos, mecânicos, voluntários e espetadores, havia um sentimento de sobriedade e reflexão. O automobilismo pode ser belo e apaixonante, mas também cruel e imprevisível.

A Rampa da Falperra é uma das mais antigas e prestigiadas provas de montanha da Europa, atraindo competidores de vários países. Mas a tradição não pode ser escudo para a complacência na segurança.

Os próximos dias serão decisivos para perceber as implicações deste acidente, tanto no calendário da competição quanto na reputação da organização perante os amantes do desporto motorizado.

Espera-se que o incidente resulte em ações concretas, como reforço da vigilância nas zonas de público, revisão das barreiras de contenção e maior fiscalização do cumprimento das normas de segurança.

Enquanto isso, Francisco Morgado permanece internado sob vigilância médica, com o apoio da família, amigos e comunidade do desporto automóvel. A recuperação será certamente acompanhada por muitos.

Este episódio servirá, inevitavelmente, como um marco. Não apenas pelo susto causado, mas pela lição de que o progresso no desporto automóvel também passa por repensar, a cada corrida, como proteger quem corre e quem assiste.