O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, atualizou os jornalistas sobre o estado de saúde de André Ventura, esclarecendo que o presidente do partido se encontra em recuperação e seguindo as orientações médicas, com a expectativa de que regresse à campanha na quinta-feira. Segundo Pedro Pinto, Ventura teve uma noite difícil, tendo sido submetido a uma série de exames no Hospital de Faro, mas a campanha do Chega continuará sem alterações até sexta-feira. A ausência de Ventura durante a arruada em Vila Nova de Milfontes foi explicada como uma necessidade de descanso, com o líder do Chega demonstrando vontade de retomar as atividades políticas em breve.
Durante a sua intervenção, Pedro Pinto reforçou que a ausência de Ventura não afetaria a campanha do Chega, afirmando que, ao continuar com a agenda sem o presidente, o partido provava que é “equilibrado” e tem “futuro”, destacando a importância da equipa do Chega e a força do partido para além da figura de Ventura. Essa declaração visava dissipar qualquer ideia de que o partido dependa exclusivamente da imagem do seu líder para seguir com a sua trajetória política.
O líder parlamentar do Chega também comentou o “procedimento VIP” que foi aplicado a André Ventura no hospital, que resultou na sua permanência em um quarto individual. Pedro Pinto explicou que Ventura, como líder de um partido significativo e frequentemente alvo de ameaças e ataques, merecia esse tratamento especial, destacando a importância de garantir a segurança do político em um ambiente hospitalar. Além disso, Pedro Pinto fez uma comparação entre o tratamento de Ventura e o do primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa, quando este foi hospitalizado em março. Ao contrário de Marcelo, que foi levado ao hospital por meios próprios, Ventura foi transportado por uma ambulância do INEM, o que, para Pedro Pinto, faz uma diferença significativa.
O incidente envolvendo Ventura em Tavira, onde se sentiu mal durante um comício e teve que ser internado, gerou grande atenção pública e alimentou as discussões sobre a postura do Chega em tempos de crise. A explicação do líder parlamentar procurou dar um tom de normalidade e continuidade ao partido, apesar da ausência temporária do seu principal representante.
Pedro Pinto também abordou o clima de segurança que envolve a figura de Ventura, considerando-o uma “figura política especial”, dada a visibilidade e a natureza das ameaças que o líder do Chega frequentemente recebe. Essa contextualização visava justificar a necessidade de cuidados mais rigorosos, como o tratamento hospitalar diferenciado que foi alvo de críticas por parte de alguns adversários políticos.
A campanha eleitoral do Chega, que já enfrenta um cenário de polarização política, será sem dúvida afetada por este episódio de saúde, mas o partido procura passar a mensagem de que, apesar de uma eventual fragilidade momentânea de seu líder, a estrutura partidária continua forte e determinada. A contínua presença de Pedro Pinto, cabeça de lista pelo círculo de Faro, durante a arruada e a manutenção da agenda do partido, visam reforçar essa narrativa de estabilidade e resiliência.
A tensão política em torno do episódio também refletiu uma discussão mais ampla sobre o tratamento dispensado a figuras públicas, especialmente em momentos de vulnerabilidade. As reações em torno do episódio, tanto de apoio como de crítica, evidenciam como a saúde de líderes políticos pode se tornar um tema de debate no contexto de uma campanha eleitoral intensa. A postura de Ventura e do Chega será cuidadosamente observada nos próximos dias, à medida que o partido continua a sua corrida para as legislativas.