Pedro Nuno iniciou o 11.º dia de campanha num ambiente animado no mercado do Livramento, em Setúbal, cumprimentando os comerciantes e clientes enquanto distribuía rosas vermelhas. No entanto, a visita ficou marcada por um momento tenso que ocorreu já na reta final da sua passagem pelo mercado, quando Joana Amaral Dias, cabeça de lista do ADN por Lisboa, surgiu de surpresa e começou a confrontá-lo com questões sobre os subsídios de deslocação.
Seguindo Pedro Nuno dentro do mercado, Joana Amaral Dias levantou a voz e perguntou-lhe se já tinha devolvido o dinheiro recebido do parlamento, referindo-se aos subsídios de deslocação que o líder do PS teria recebido entre 2005 e 2015, apesar de viver em Lisboa durante grande parte desse período. Ela questionou ainda se ele tinha “medo das perguntas” e afirmou que “o povo quer saber”. Enquanto isso, os apoiantes de Pedro Nuno Santos, que acompanhavam a sua caravana, começaram a gritar em apoio ao líder socialista, repetindo “PS, PS, PS”.
Com visível irritação, Pedro Nuno respondeu a Joana Amaral Dias com um pedido para que ela fosse “séria” e a acusou de ser “mentirosa”. A troca de palavras entre ambos prosseguiu por alguns momentos, com o líder do PS tentando continuar o seu caminho. Eventualmente, a discussão prosseguiu até a um café no mercado, onde se juntaram mais apoiantes socialistas, criando um ambiente de tensão no local.
Apesar do confronto, Joana Amaral Dias manteve a sua postura e, já na parte exterior do mercado, estava rodeada por mais três apoiantes, mostrando-se sorridente e desejando aos jornalistas um “bom trabalho”. O momento no mercado foi, assim, marcado por um confronto direto e, ao mesmo tempo, por uma tentativa de Joana Amaral Dias de ganhar visibilidade com as suas questões.
A polémica dos subsídios de deslocação, que foi amplamente discutida em 2024, voltou à tona neste episódio. Na altura, foi noticiado que Pedro Nuno Santos teria recebido esses subsídios entre 2005 e 2015, mesmo morando em Lisboa, o que gerou críticas, especialmente no contexto de figuras públicas que recebem subsídios destinados a despesas com deslocações reais. No entanto, Pedro Nuno Santos sempre defendeu que “cumpriu todas as regras” da Assembleia da República, e explicou que a sua vida estava concentrada em Aveiro, de onde era deputado antes de integrar o governo de António Costa.
Em meio às interações no mercado, Pedro Nuno também teve a oportunidade de ouvir as queixas de vários cidadãos, principalmente sobre as pensões baixas. Uma pensionista que se queixava da sua reforma de valor reduzido, além de relatar casos de pessoas que nunca descontaram e ainda assim recebem pensões de 600 euros, foi um dos exemplos do desabafo de muitas pessoas presentes. O líder socialista respondeu com uma constatação sobre a dureza da realidade: “A realidade da maioria é dura, não quer dizer que não possa haver um ou outro caso de injustiça, mas a maioria trabalhou muito e ganha pouco.”
Apesar das dificuldades que as pessoas partilharam com Pedro Nuno, muitos se comprometeram a votar no PS nas eleições que se aproximavam, o que mostra o apoio contínuo ao partido, mesmo diante das críticas e das tensões políticas que marcaram a campanha. Este episódio no mercado de Setúbal não só demonstrou o clima polarizado da política atual, mas também reforçou a centralidade de questões econômicas como as pensões e os subsídios, que continuam a ser um ponto de debate significativo para os eleitores.
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