Esse episódio envolvendo André Ventura e suas hospitalizações tem gerado um grande debate, especialmente quando analisamos o contexto político e o comportamento do líder do Chega. A coincidência de ele ter enfrentado crises de saúde justamente em momentos tão próximos de eventos importantes da campanha levanta muitas especulações. O fato de o partido estar subindo nas sondagens após essa visibilidade também sugere que o episódio pode ter influenciado a percepção pública.
A análise de Alexandre Monteiro sobre a reação de Ventura é bastante interessante. No primeiro caso, a reação de medo e o susto parecem genuínos, o que indicaria que ele realmente se assustou com a situação, provavelmente pela dor no peito e o desconhecimento do que estava acontecendo. No entanto, a partir do segundo episódio, Monteiro aponta para uma mudança no comportamento de Ventura, sugerindo que ele estaria mais preocupado com a exposição midiática e a construção de uma imagem de força, mesmo diante da doença. Isso é uma estratégia conhecida, em que líderes ou figuras públicas tentam humanizar sua imagem ou gerar empatia em momentos de vulnerabilidade.
Essa comparação com outros políticos, como Bolsonaro ou Trump, que também usaram situações de crise (como a facada de Bolsonaro ou o tiro em Trump) para aumentar a visibilidade, parece pertinente. Em tempos de crise, a vulnerabilidade pode criar uma sensação de proximidade e simpatia, desde que não seja vista como fragilidade. A reação pública pode ser, portanto, uma combinação de empatia e a ideia de que o político está enfrentando dificuldades, o que, paradoxalmente, pode aumentar a confiança na sua liderança.
Sobre o perfil de Ventura, a análise de Monteiro sobre o narcisismo e a forma como ele se coloca como o centro das atenções também é relevante. Como ele diz, o carisma que ele exibe pode ser percebido como falso, uma vez que é mais uma construção para manipular a percepção do público do que uma verdadeira conexão. Isso é um padrão que pode ser observado em muitos líderes que utilizam o discurso e a imagem para criar um vínculo com a população, sem necessariamente ser autêntico.