ÚLTIMA HORA! LUIS MONTENEGRO VILTA ATRAS COM DECISÃO…

Num momento decisivo para o panorama político nacional, o líder do PSD, Luís Montenegro, reafirmou a sua recusa em estabelecer qualquer tipo de acordo com o Chega, mesmo após os resultados eleitorais que reforçaram a presença da direita no Parlamento. A declaração foi feita durante um almoço comemorativo do partido, onde o ambiente festivo rapidamente deu lugar a tensões, revelando divisões internas quanto ao futuro da estratégia política da direita.

Perante uma plateia dividida, Montenegro não hesitou em manter a linha vermelha traçada durante a campanha. À pergunta direta sobre a possibilidade de um entendimento com o partido de André Ventura, respondeu com firmeza: “Não é em nenhum cenário admissível.” A reação do público foi imediata: assobios de alguns setores, aplausos de outros. Um reflexo claro da disputa entre pragmatismo e princípios que atravessa o PSD.

Esta postura não é nova, mas o contexto tornou-a mais significativa. Com os resultados a evidenciarem um Parlamento fragmentado, a pressão para formar maiorias sólidas aumentou. No entanto, Montenegro parece apostar na credibilidade institucional e no posicionamento como alternativa responsável, recusando alianças que comprometam os valores históricos do partido. A estratégia visa garantir estabilidade a longo prazo, ainda que sacrifique ganhos imediatos de poder.

A escolha de manter distância do Chega coloca o PSD numa encruzilhada. Por um lado, preserva a imagem de um partido de centro-direita moderado, defensor da democracia liberal. Por outro, arrisca-se a ficar isolado, caso os números parlamentares tornem inevitável o diálogo com outras forças da direita. A insistência na rejeição total de coligações poderá, com o tempo, ser vista como rigidez ou coragem — dependerá do desfecho político dos próximos meses.

Internamente, começam a surgir sinais de desconforto. Militantes e dirigentes mais próximos das bases veem com preocupação a possibilidade de o PSD ficar fora do governo apesar da sua votação expressiva. Muitos consideram que, para governar, será necessário alguma forma de entendimento à direita, mesmo que informal. Montenegro, porém, parece disposto a suportar o custo político da sua posição, apostando na coerência como capital de liderança.

Ao destacar a elevada participação eleitoral e o reforço da legitimidade democrática, o líder social-democrata tenta recentrar o discurso político no civismo e na responsabilidade institucional. A mensagem que deixa é clara: o PSD está preparado para liderar uma governação estável, mas sem abdicar da sua identidade. É uma tentativa de distinguir o partido num contexto onde o ruído e os extremismos ganham espaço.

O futuro político de Luís Montenegro dependerá da capacidade de manter esta linha sem se isolar no Parlamento. A pressão virá de todos os lados — dos adversários, dos aliados e dos próprios militantes. Por agora, a sua decisão representa uma aposta arriscada, mas clara: a de que os eleitores valorizam mais a firmeza de princípios do que a facilidade de acordos. Resta saber se essa leitura resistirá ao teste do tempo.