Na sequência das eleições legislativas de 18 de maio de 2025, que posicionaram o Chega como uma das principais forças políticas em Portugal, o núcleo concelhio do partido em Azambuja emitiu um comunicado polémico a propósito da presença do cantor Nininho Vaz Maia na Feira de Maio local. A iniciativa da Câmara Municipal em incluir o artista como cabeça de cartaz do certame foi duramente criticada pelo partido, que considera a escolha desajustada face aos valores culturais e identitários da região.
No comunicado, o Chega de Azambuja reforça a importância da Feira de Maio como um símbolo da tradição ribatejana, onde o campino, o cavalo lusitano e o toiro bravo ocupam lugar de destaque como emblemas do mundo rural. Afirmam que a escolha do artista “ofende os princípios do Campino, do Cavaleiro e do Homem Ribatejano”, valorizando uma imagem que, segundo o partido, entra em choque com os ideais de humildade, trabalho árduo e apego à terra que pretendem preservar.
A crítica centra-se, sobretudo, no passado judicial do cantor. O núcleo do Chega aponta para uma condenação anterior e a atual constituição de arguido num processo relacionado com suspeitas de branqueamento de capitais e associação ao tráfico de droga. Apesar de reconhecerem o direito à presunção de inocência, insistem que a sua contratação não se coaduna com os valores tradicionais da festa.
A posição do partido culmina num apelo direto ao executivo municipal para que repense a escolha, acusando-o de ceder a “modas” e de comprometer a essência cultural do evento. A intervenção do Chega gerou reações variadas nas redes sociais e na opinião pública, entre quem defende a liberdade artística e quem partilha da visão mais conservadora sobre a preservação das tradições locais.