Rastos digitais colocam Fernando Valente no local do alegado crime, reforçando a tese do Ministério Público de que o arguido terá estado diretamente envolvido no desaparecimento de Mónica Silva. Dados obtidos através da geolocalização do telemóvel de Fernando mostram que este esteve nas imediações do local onde Mónica foi vista pela última vez, na Murtosa, precisamente na data do desaparecimento, 3 de outubro de 2023.
Além da localização, outras evidências digitais, como trocas de mensagens e registos de chamadas, têm vindo a ser analisadas no julgamento. As comunicações entre os dois cessaram abruptamente no dia em que Mónica desapareceu, o que, segundo a acusação, poderá indicar uma tentativa de apagar vestígios da relação e do crime.
Estes elementos, ainda que indiretos, estão a ser usados para construir uma narrativa consistente por parte da acusação, num processo onde a ausência do corpo dificulta a produção de prova conclusiva. A defesa, por sua vez, continua a alegar que os dados não são suficientes para comprovar a autoria de um homicídio e insiste na ausência de provas materiais.
Apesar disso, os rastos digitais de Fernando Valente no local e na hora crítica do desaparecimento aumentam a pressão sobre o arguido e adensam as suspeitas em torno do seu envolvimento. A revelação destes dados promete ser um dos pontos-chave no decorrer do julgamento, cuja próxima sessão contará com a audição de especialistas forenses e analistas de telecomunicações.