Essa situação envolvendo o cantor Nininho Vaz Maia e o Chega da Azambuja é mais um episódio que cruza política, cultura e identidade social, com forte carga simbólica e até mesmo discriminatória.
O comunicado do Chega questiona a presença do artista na Feira de Maio da Azambuja alegando que ele “não representa o Homem Ribatejano” e faz referência a alegados antecedentes criminais e suspeitas atuais, embora reconheça formalmente a presunção de inocência. No entanto, o tom e a argumentação usados — com foco em valores tradicionais e identidade rural — foram amplamente interpretados por críticos como um ataque velado à etnia cigana de Nininho Vaz Maia.
A resposta do cantor foi simples, mas incisiva: “Se eu tinha dúvidas, já não me restam dúvidas nenhumas…” — sugerindo que acredita estar a ser alvo de preconceito racial, algo que o partido tem sido repetidamente acusado de alimentar em várias ocasiões. Ao reafirmar que estará presente no concerto, Nininho também reforça a ideia de resistência e orgulho pela sua presença e cultura.
Este caso está a gerar bastante debate nas redes sociais e nos media, não apenas sobre liberdade artística, mas também sobre racismo estrutural, inclusão e o papel da cultura popular em eventos públicos.