O julgamento do desaparecimento de Mónica Silva, a grávida da Murtosa, teve esta quinta-feira, 21 de maio, mais uma sessão marcada por momentos intensos e revelações que podem vir a ser cruciais para o processo. Entre os destaques esteve o testemunho de Otávio, o homem que limpou a casa do principal arguido, Fernando Valente, pouco após o desaparecimento da jovem, ocorrido a 4 de outubro. A testemunha, visivelmente abalada, só conseguiu falar com clareza depois de o arguido ser retirado da sala, algo que, segundo o advogado da família de Mónica, António Falé de Carvalho, demonstrou o medo e desconforto sentidos. Otávio, que apresenta dificuldades de expressão devido a um acidente antigo, referiu que aspirou e limpou a casa, mas negou ter feito uma limpeza profunda, revelando ainda detalhes sobre o estado da habitação que poderão ser relevantes na investigação. O depoimento, embora intermitente, foi considerado importante para traçar a cronologia dos factos e avaliar possíveis indícios de ocultação de provas. A irmã gémea da vítima, Sara Silva, deverá ser ouvida na próxima sessão, marcada para segunda-feira, enquanto as inspetoras da Polícia Judiciária prestam declarações ainda esta tarde. O caso continua a despertar forte atenção mediática, com o público e os familiares a aguardarem por respostas sobre o destino de Mónica e o eventual envolvimento de Fernando Valente no seu desaparecimento e presumível homicídio.