Este caso de Andrey Sevestanov é mais um episódio profundamente perturbador de violência infantil que expõe a vulnerabilidade de muitas crianças mesmo dentro do suposto “ambiente seguro” do lar. As imagens de videovigilância não só comprovam a brutalidade dos atos cometidos, como evidenciam a total ausência de empatia e contenção por parte do agressor — o próprio pai.
A reação pública de indignação é compreensível e necessária. A exposição deste tipo de violência, embora chocante, desempenha um papel crucial ao despertar a sociedade para a urgência de fortalecer os mecanismos de proteção infantil. A resposta rápida das autoridades, que já detiveram o agressor e garantiram cuidados médicos e psicológicos à criança, foi essencial, mas também levanta uma pergunta importante: o que pode (ou deve) ser feito antes que uma câmara de vigilância exponha o que se passa?
Especialistas alertam que muitas destas situações decorrem em silêncio por meses ou anos, e o dano psicológico acumulado pode ser devastador. O reforço dos serviços sociais, a capacitação de professores e profissionais de saúde para detetarem sinais de abuso e a consciencialização da comunidade para agir — e denunciar — são pilares fundamentais.