Pedro Nuno anuncia fim!

Pedro Nuno anunciou, de forma clara e definitiva, o fim da sua carreira política e partidária. O líder cessante do Partido Socialista assumiu publicamente que a sua vida dedicada à política chega ao fim, após a pesada derrota sofrida nas últimas eleições legislativas. A declaração foi feita este sábado, durante a reunião da Comissão Nacional do PS, em Lisboa, e marca o encerramento de um ciclo de grande visibilidade e protagonismo no seio da política portuguesa.

Apesar de continuar a liderar o partido interinamente, Pedro Nuno ainda não decidiu se tomará posse como deputado na nova legislatura. A dúvida mantém-se, mas a sua saída da liderança já é certa. Consciente da responsabilidade no fraco resultado eleitoral, o dirigente socialista reconheceu que o PS poderá mesmo passar para terceira força política, caso a contagem final dos círculos da emigração confirme a perda de mandatos.

Numa intervenção marcada por um tom de despedida sereno, Pedro Nuno rejeitou qualquer arrependimento pela sua atuação. Reafirmou o orgulho na decisão de chumbar a moção de confiança ao Governo anterior, considerando que defendeu “a decência na política portuguesa”. Nas suas palavras, a postura do PS sob a sua liderança foi coerente e fiel aos princípios democráticos, mesmo sabendo que a consequência poderia ser a perda do poder.

Abordando temas quentes da campanha, como a imigração, Pedro Nuno manteve a linha de discurso que caracterizou os últimos meses. Sublinhou a importância dos imigrantes para a economia portuguesa, mas admitiu que o ritmo acelerado da entrada de estrangeiros exigirá uma nova abordagem social e política. Apontou para a necessidade de medidas eficazes que evitem a criação de clivagens na sociedade.

O processo de sucessão no PS já está em marcha. A Comissão Nacional marcou eleições diretas para a escolha do novo secretário-geral para os dias 27 e 28 de junho. Até lá, a liderança será assumida de forma interina por Carlos César, que também anunciou que o próximo congresso do partido acontecerá no final de 2025 ou início de 2026.

Apesar da derrota nas urnas, o Partido Socialista prometeu uma postura responsável na oposição. O partido compromete-se a garantir a estabilidade institucional e a não inviabilizar o funcionamento do Governo da Aliança Democrática, liderado por Luís Montenegro, pelo menos na fase inicial da legislatura.

Com esta saída, Pedro Nuno encerra uma carreira que, embora curta no topo, foi intensa e marcada por momentos de grande controvérsia e debate. Sai sem a vitória que ambicionava, mas com a convicção de que defendeu os seus princípios. Para o PS, abre-se agora um novo capítulo, onde a escolha do próximo líder será determinante para o rumo do partido na nova era política que se avizinha.