Uma recente crónica provocadora tem gerado grande impacto ao traçar um paralelo entre o crescimento de um partido político em Portugal e a ascensão do Nazismo na Alemanha. A reflexão, incisiva e contundente, surge após os resultados das últimas eleições, que evidenciaram um aumento expressivo do apoio a essa força política. O autor do texto acusa a sociedade portuguesa de estar “adormecida” perante um fenómeno que, segundo ele, poderá ter consequências históricas sérias.
O título da crónica remete a um dos momentos mais sombrios do século XX: a chamada “Noite de Cristal”, ocorrida em novembro de 1938, quando forças nazis lançaram uma violenta ofensiva contra a comunidade judaica, sob o olhar cúmplice de uma sociedade silenciosa. A analogia serve como alerta: o crescimento de ideologias extremistas pode repetir padrões já vividos no passado, especialmente quando acompanhado de passividade generalizada.
O autor não poupa críticas à classe política, sobretudo à esquerda, acusando-a de desorientação e perda de relevância. Segundo o texto, muitos líderes continuam focados em vitórias simbólicas, ignorando a transformação real do panorama político. A crítica estende-se ainda à comunicação social, responsabilizada por amplificar vozes radicais através da constante exposição mediática, mesmo quando em tom de sátira.
Outra figura apontada na análise é a chamada “maioria silenciosa”, composta por pessoas que reconhecem os sinais, mas que se sentem impotentes ou optam por não agir. Para o autor, o perigo não reside apenas nas ideias extremistas, mas na indiferença geral que as permite prosperar.
O texto termina com um apelo claro à consciência cívica e ao papel de todos os setores da sociedade na defesa da democracia. A reflexão, embora desconfortável para muitos, levanta questões cruciais num momento em que o mundo observa o reaparecimento de discursos populistas e polarizadores. A história, relembra-se, tende a repetir-se quando esquecida.