O mês de junho em Portugal promete trazer uma combinação marcante entre o calor típico da estação e episódios de instabilidade atmosférica, surpreendendo aqueles que esperavam um verão seco e estável desde o início. O primeiro mês do verão climatológico chega com sinais de que o tempo estará longe de ser monótono ou previsível.
Após um final de maio com temperaturas muito elevadas e dias soalheiros, junho entra com promessas de contrastes térmicos e chuvas irregulares, principalmente nas regiões do interior. Embora o calor comece a marcar presença com maior consistência, as tardes serão frequentemente interrompidas por trovoadas e aguaceiros intensos.
As regiões do Norte e Centro do país, especialmente no interior, estarão mais expostas a fenómenos convectivos. A elevação do ar quente e húmido provocará a formação de nuvens de desenvolvimento vertical, que poderão originar chuvas fortes, trovões, e até granizo em algumas localidades.
No sul, embora o sol predomine, não se descarta a ocorrência de instabilidade pontual, sobretudo em zonas do interior alentejano. Já o litoral algarvio deverá beneficiar-se da influência marítima, o que manterá as temperaturas elevadas, mas o tempo mais seco e estável.
Nas grandes cidades como Lisboa e Porto, a população deverá vivenciar dias com grandes variações no tempo, especialmente entre a manhã e a tarde. Céus limpos podem rapidamente dar lugar a nuvens carregadas e, por vezes, trovoadas súbitas.
A presença de massas de ar quente vindas de África poderá intensificar o calor em várias regiões do país. Há possibilidade de poeiras em suspensão, que tornam o céu acastanhado e podem causar o fenómeno de “chuva de lama”, sobretudo no sul e centro do território.
As temperaturas máximas deverão oscilar entre os 22°C nas zonas mais frescas do norte e os 33°C ou mais no interior sul. No litoral, as brisas marítimas serão essenciais para mitigar os picos de calor, sobretudo à tarde.
As noites, por sua vez, começarão a perder o frescor da primavera, com mínimas a subir gradualmente. Algumas regiões poderão ter noites tropicais, com temperaturas acima dos 20°C, especialmente em áreas urbanas e pouco ventiladas.
O vento será outro elemento importante durante o mês. Em alguns dias, o vento de leste poderá trazer ar mais seco e quente, enquanto noutras situações, a entrada de sistemas frontais poderá gerar vento forte e agitação marítima, sobretudo na costa ocidental.
Os agricultores, atentos às variações, estarão em alerta devido à possibilidade de granizo, que pode afetar culturas em fase de crescimento. A instabilidade torna imprevisível o planeamento agrícola em muitas regiões, exigindo monitorização constante.
Apesar da presença de trovoadas, os índices de radiação ultravioleta continuarão muito elevados durante os dias limpos. É essencial o uso de protetor solar e proteção adequada, principalmente nas horas centrais do dia.
No arquipélago da Madeira, espera-se um mês de junho relativamente estável, com sol e temperaturas amenas. Já nos Açores, o padrão atmosférico será mais variável, com alternância entre períodos de chuva e abertas, dependendo das ilhas.
As praias de norte a sul começarão a encher-se de banhistas, mas o tempo instável poderá surpreender alguns veraneantes. Aguaceiros repentinos e trovoadas não são comuns em pleno verão, mas podem ocorrer nos primeiros dias do mês.
A probabilidade de inundações localizadas, principalmente nas zonas urbanas com deficiente escoamento, é real, sobretudo em dias com precipitação intensa num curto período de tempo. A vigilância das autoridades será fundamental para prevenir transtornos.
Nas zonas montanhosas, como a Serra da Estrela ou o Gerês, a instabilidade poderá ser mais acentuada, com trovoadas frequentes e até queda de granizo em determinadas tardes. Os amantes da natureza devem estar atentos às mudanças rápidas no tempo.
Apesar das variações, junho será um mês de transição para um verão que se prevê quente. A instabilidade deverá diminuir a partir da segunda quinzena, com o anticiclone a ganhar força e a trazer maior estabilidade atmosférica.
Até lá, será necessário lidar com este “verão instável”, que mistura dias de praia com tardes de chuva e trovões. A diversidade climática continuará a ser uma marca do clima português, especialmente durante a transição de estações.
A população deverá acompanhar diariamente as previsões meteorológicas, uma vez que a mudança repentina do estado do tempo será uma constante. Planeamentos ao ar livre precisarão de alternativas em caso de instabilidade.
Em suma, junho trará calor, sim, mas não sem surpresas. Entre tardes abafadas, chuvas súbitas e céus carregados de eletricidade, o mês promete ser dinâmico e instável. A entrada no verão será marcada tanto pelo sol como pelo trovão.