O testemunho de André Pataca no julgamento de Fernando Valente, acusado do homicídio de Mónica Silva, marca um momento emocionalmente intenso do processo. Falando por videoconferência a partir do navio de pesca onde trabalha ao largo da costa inglesa, Pataca, de 36 anos, descreveu com grande comoção o impacto da tragédia na vida dele e dos filhos menores do casal.
Apesar da separação de facto desde setembro de 2021, André sublinhou que a relação com Mónica Silva se mantinha próxima, sobretudo em função dos filhos, de 15 e 13 anos. O processo de divórcio ainda decorria judicialmente na altura do desaparecimento da vítima, em outubro de 2023. Segundo relatou, foi o filho mais velho quem lhe comunicou o desaparecimento da mãe e mencionou o nome de Fernando Valente, que não só não confirmou o encontro com Mónica como deixou escapar que teria feito uma “asneira”.
Durante a audiência no Tribunal do Júri de Aveiro, presidida pela juíza Diana Tavares Nunes, André Pataca reclamou uma indemnização cível de 550 mil euros, repartida da seguinte forma:
- 450 mil euros para os filhos, a dividir entre ambos;
- 100 mil euros para si, a título de compensação pelos danos morais e emocionais decorrentes da perda.
O pescador, residente na Torreira (Murtosa), explicou ainda que envia mensalmente 400 euros para o sustento dos filhos e lamentou profundamente as consequências psicológicas do crime na família.
O julgamento tem sido acompanhado de perto pelos familiares da vítima, incluindo a irmã gémea de Mónica Silva, que se tem mostrado determinada em obter justiça. O caso continua a gerar grande atenção mediática, dada a brutalidade do alegado crime e a sensibilidade do contexto familiar.