Encontrado corpo de uma das crianças desaparecidas na Praia do Pedr…ver mais

O corpo encontrado este domingo ao final da tarde numa praia entre os concelhos de Alcobaça e Nazaré poderá ser de uma das crianças desaparecidas há uma semana na praia do Pedrógão, no concelho de Leiria. A descoberta foi feita por populares que caminhavam pelo areal e notaram algo estranho junto à linha de água. O alerta foi rapidamente dado às autoridades, que se deslocaram ao local e confirmaram a presença de um corpo.

A localização do corpo nesta zona não é surpreendente para as autoridades marítimas. A força das correntes ao longo da costa pode arrastar objetos e corpos por vários quilómetros, o que já era uma hipótese considerada desde o início das buscas. A distância em relação à praia do Pedrógão confirma essa possibilidade e reforça a suspeita de que se trata de uma das duas crianças desaparecidas.

O desaparecimento aconteceu no dia 25 de maio, quando os dois irmãos, menores de idade, estavam a brincar na água com outros familiares. Uma corrente arrastou-os para o mar, e desde então, apesar de todos os esforços, não tinham sido encontrados. A operação de busca mobilizou meios terrestres, marítimos e aéreos, com a ajuda de drones, embarcações e mergulhadores.

As condições do mar naquela zona têm sido particularmente difíceis nos últimos dias, o que complicou as ações de busca. As autoridades enfrentaram ondulação forte e visibilidade reduzida, o que levou a várias pausas nas operações. Ainda assim, os esforços não cessaram e mantiveram-se diários desde o desaparecimento.

A descoberta do corpo, embora trágica, poderá trazer algum alívio à família, que vive dias de angústia e incerteza. A confirmação da identidade será feita após autópsia, mas os indícios apontam para que se trate, de facto, de uma das crianças. O corpo foi transportado com o máximo cuidado e respeito para o Instituto de Medicina Legal de Leiria.

A comunidade local está profundamente abalada com esta tragédia. Desde o primeiro dia, vizinhos, amigos e voluntários mostraram-se disponíveis para ajudar nas buscas e apoiar a família. As redes sociais também foram palco de apelos, mensagens de apoio e vigílias organizadas em homenagem aos dois irmãos desaparecidos.

O impacto emocional na família é imenso, e psicólogos têm estado a acompanhar os pais e os restantes familiares mais próximos. A dor é agravada pela incerteza em torno do paradeiro da segunda criança, cuja busca continua a ser prioritária para as autoridades.

O episódio deixou marcas também entre os elementos das equipas de salvamento. Muitos dos operacionais envolvidos têm partilhado o cansaço emocional de dias intensos, numa tentativa desesperada de dar uma resposta à família e à comunidade. A dedicação das equipas tem sido reconhecida por todos.

O caso serviu de alerta para os perigos do mar, especialmente fora da época balnear, quando a presença de nadadores-salvadores não está assegurada. Muitas famílias desconhecem a força das correntes em certas zonas da costa portuguesa, o que pode levar a situações dramáticas como esta.

O destino da segunda criança continua incerto. As autoridades mantêm-se mobilizadas, com esperança de que o mar possa ainda trazer respostas. Enquanto isso, a dor da perda e a espera difícil marcam o dia a dia de uma família destruída por um momento de lazer que acabou em tragédia.