Tensão entre Marcelo e ativista pró-Palestina: “Não me agarre no pescoço”

Claro. Aqui está uma versão detalhada do episódio com 20 parágrafos, sem referências diretas a fontes:


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, protagonizou um momento de tensão durante a cerimónia de abertura da Feira do Livro de Lisboa, ao ser interpelado por uma ativista pró-Palestina que protestava contra a posição de Portugal em relação ao conflito entre Israel e a Palestina.

A mulher, que segurava um cartaz onde se lia “Há genocídio da Palestina”, fez um apelo emotivo à multidão presente, pedindo solidariedade com as vítimas do conflito e convocando a população para uma manifestação a decorrer no mesmo dia, ao final da tarde.

Durante a sua intervenção, a ativista acusou as autoridades portuguesas, incluindo o Presidente da República e o primeiro-ministro, de inação face ao sofrimento do povo palestiniano, apelando à tomada de medidas concretas em nome dos direitos humanos.

Terminada a sua intervenção, a ativista aproximou-se de Marcelo Rebelo de Sousa, que tentou dialogar com ela. Foi neste momento que se gerou a controvérsia: ao dirigir-se à mulher, o Presidente tocou-lhe no pescoço de forma a chamar-lhe a atenção e pedir que o escutasse.

A ativista, visivelmente desconfortável, respondeu imediatamente: “Não me agarre no pescoço”. A frase ecoou entre os presentes, criando um clima de constrangimento e surpresa perante a atitude do Chefe de Estado.

Marcelo insistiu que era importante que ela o ouvisse também, sublinhando que já tinha escutado a sua mensagem, mas que o diálogo requer reciprocidade. A situação, no entanto, ficou marcada pela tensão do contacto físico.

A mulher recusou continuar a conversa com o Presidente e pediu que ele se dirigisse antes aos jornalistas, indicando que as palavras de Marcelo já eram conhecidas e, segundo ela, insuficientes face à gravidade da situação na Palestina.

A interação foi breve, mas suficiente para gerar debate público sobre os limites do contacto físico em situações de protesto e a postura que figuras públicas devem adotar perante manifestações pacíficas.

Após a saída da ativista, Marcelo Rebelo de Sousa fez uma declaração à imprensa, procurando contextualizar a posição portuguesa na diplomacia internacional relativa à Palestina.

O Presidente lembrou que Portugal, pela primeira vez, votou favoravelmente à integração plena da Palestina como membro de pleno direito nas Nações Unidas, um marco importante na política externa portuguesa.

Reforçou ainda que Portugal tem procurado articular-se com outros Estados europeus para adotar uma posição conjunta sobre a situação no Médio Oriente, tendo em vista uma solução pacífica e duradoura.

Para Marcelo, a diplomacia é um processo complexo que exige tempo, ponderação e coordenação internacional. Rejeitou, assim, as acusações de passividade lançadas pela ativista.

No entanto, o episódio provocou reações diversas na opinião pública. Algumas pessoas consideraram a atitude do Presidente imprópria, especialmente o gesto de agarrar a ativista pelo pescoço, mesmo que brevemente.

Outros entenderam a situação como um mal-entendido, realçando que Marcelo é conhecido pela sua proximidade com os cidadãos e pela tendência para o contacto físico em interações públicas.

Ainda assim, o momento serviu para colocar o foco nas críticas à política externa portuguesa, nomeadamente no que respeita à resposta ao agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza.

A ativista, por sua vez, tornou-se uma figura amplamente partilhada nas redes sociais, onde a sua intervenção foi interpretada por muitos como corajosa e necessária, face à gravidade do que descreveu como um genocídio.

A tensão entre a necessidade de manter um protocolo institucional e a abertura ao diálogo com cidadãos críticos foi um dos temas emergentes após o incidente.

O caso reabriu também o debate sobre a eficácia das manifestações em influenciar a política nacional e a capacidade das figuras de Estado em lidar com contestação pública em tempo real.

Para muitos, o episódio da Feira do Livro de Lisboa foi um retrato da polarização crescente sobre a questão palestiniana e da pressão crescente sobre os líderes políticos para que assumam posições claras.

Independentemente das interpretações, o momento ficará como um dos mais marcantes desta edição do evento cultural, lembrando que a política, mesmo em contextos literários, está sempre à flor da pele.