Miguel Oliveira volta a cair e abandona GP de França: “Foi muito difícil manter-me em cima da moto”

 

Miguel Oliveira viveu mais um fim de semana difícil no Mundial de MotoGP ao abandonar o Grande Prémio de França, disputado no circuito de Le Mans. O piloto português da equipa Prima Pramac Yamaha não conseguiu terminar a prova após sofrer uma queda na fase decisiva da corrida.

Desde os treinos livres, as condições meteorológicas instáveis já ameaçavam uma corrida imprevisível. A chuva apareceu em momentos cruciais, obrigando pilotos e equipas a repensar estratégias de pneus e afinação das motos. Miguel optou por pneus de chuva, uma aposta que inicialmente lhe trouxe bons resultados.

Com um bom arranque, Oliveira foi ganhando posições volta após volta, mostrando confiança e controlo sobre a moto. O ritmo imposto permitiu-lhe ultrapassar vários adversários e subir até ao grupo da frente, alimentando esperanças de um resultado expressivo.

Durante grande parte da corrida, o piloto luso esteve entre os cinco primeiros e chegou mesmo a ocupar momentaneamente o segundo lugar. A sua performance estava a ser uma das mais consistentes até então, mesmo em condições desafiadoras.

No entanto, à vigésima volta, quando seguia num bom ritmo, Miguel perdeu o controlo da moto na curva 14, uma das mais traiçoeiras do traçado francês. A queda foi repentina, sem grande possibilidade de reação, o que demonstrou a dificuldade em manter aderência naquela secção da pista.

Visivelmente frustrado, o piloto tentou levantar a moto, mas o dano já estava feito. Foi forçado a abandonar a corrida e regressar às boxes a pé, de semblante fechado e visível desapontamento com o desfecho da prova.

Após o abandono, Miguel Oliveira explicou que foi extremamente difícil manter-se em cima da moto durante as últimas voltas. A pista molhada e as mudanças constantes de aderência tornaram a tarefa quase impossível.

O português destacou também o esforço feito pela equipa para lhe fornecer uma moto competitiva. Apesar da queda, sentiu que a afinação estava próxima do ideal e que poderia ter lutado por um lugar no pódio se a corrida tivesse decorrido em condições mais estáveis.

Esta é a segunda vez na temporada que Miguel abandona uma corrida devido a queda, o que levanta preocupações quanto à consistência dos resultados. Ainda assim, o piloto mostra-se determinado a aprender com os erros e continuar a evoluir.

No paddock, o ambiente era de frustração, mas também de apoio ao piloto. Membros da equipa e outros profissionais do circuito reconheceram o risco envolvido numa corrida como a de Le Mans e elogiaram a coragem de Oliveira.

O campeonato segue agora para o circuito de Mugello, em Itália, onde Miguel espera recuperar pontos e retomar a confiança. A pista italiana é conhecida por ser uma das favoritas de muitos pilotos devido ao seu traçado fluido e rápido.

Para preparar essa corrida, a equipa planeia sessões intensivas de simulação e análise de dados. O objetivo é identificar os limites da moto em pista molhada e encontrar margens de segurança maiores em curvas mais perigosas.

Miguel Oliveira afirmou que, apesar do abandono, sentiu que estava a pilotar no seu melhor nível desde o início da época. A evolução da moto e a sua adaptação ao novo chassis têm sido notórias nas últimas provas.

A queda em França pode ser vista como um revés momentâneo, mas também como uma oportunidade para ajustar mentalidade e estratégia. Em campeonatos longos como o de MotoGP, a resiliência é um fator crucial.

O piloto luso continua a ter o apoio dos fãs portugueses, que lotaram as redes sociais com mensagens de incentivo e reconhecimento pelo esforço demonstrado em pista.

A temporada de 2025 ainda vai a meio, e Miguel sabe que tem tempo para recuperar posições na classificação geral. A chave será encontrar maior consistência nas próximas provas.

Para isso, está também a contar com o apoio técnico da Yamaha, que tem trabalhado em atualizações de software e novas soluções de suspensão para melhorar o rendimento em condições adversas.

Miguel reforça que cada corrida é uma lição, e que as quedas fazem parte da trajetória de qualquer piloto que corre no limite. O importante é manter o foco e continuar a trabalhar com determinação.

Por agora, o foco é recuperar fisicamente e mentalmente, e chegar a Mugello com uma abordagem mais cautelosa, sem abdicar da agressividade que o caracteriza.

A queda em Le Mans foi dura, mas não o suficiente para abalar a confiança de Miguel Oliveira, que já demonstrou no passado a sua capacidade de superação frente às adversidades.