A mensagem de André Ventura nas redes sociais reflete bem o seu espírito combativo e a sua preocupação em manter o moral dos seus apoiantes, mesmo após uma série de episódios de saúde que o afastaram temporariamente da campanha. A forma como ele geriu a comunicação, focando-se na ideia de que a luta por Portugal continua, é uma tentativa clara de não deixar que a sua ausência prejudique a mobilização do partido.
Ao mesmo tempo, a sua frustração por não poder estar presente na reta final da campanha é compreensível, especialmente considerando que ele sempre foi uma figura central no Chega. A decisão de continuar a campanha com outros membros de destaque do partido, como Pedro Pinto e Gabriel Mithá Ribeiro, parece ser uma tentativa pragmática de manter a dinâmica eleitoral, mas a falta de Ventura no campo de batalha pode ter um impacto no entusiasmo da base, especialmente entre os eleitores que o veem como o rosto do partido.
Além disso, o facto de o Chega ter mantido a sua agenda de comícios em locais chave como Setúbal e Lisboa, mantendo a mesma intensidade de presença nas ruas, mostra a capacidade do partido de ajustar-se rapidamente a imprevistos. No entanto, será interessante observar como a campanha se comporta nas últimas horas antes das eleições, já que a ausência de um líder tão carismático pode alterar a forma como o partido é percebido pelo público e pelos meios de comunicação.
O diagnóstico de espasmo esofágico, embora não grave, é um alerta importante sobre a saúde de Ventura, dado o impacto que ele tem na sua energia e capacidade de trabalhar em alta intensidade. A questão agora é como ele voltará ao comando após a recuperação e se o partido conseguirá manter o ímpeto necessário nas urnas. A frase de Ventura de que “o caminho não termina aqui” soa como uma promessa de que, apesar dos contratempos, ele continuará a ser uma figura central na política portuguesa.