André Ventura, líder do partido Chega, atravessou os últimos dias da campanha legislativa de 2025 em meio a um ambiente de extrema tensão. Entre ameaças de morte, protestos violentos e problemas de saúde, Ventura enfrentou desafios inesperados que marcaram o encerramento da sua jornada eleitoral. A saúde do político, que até então não havia sido foco principal de atenção, tornou-se um dos pontos mais discutidos, depois de dois episódios de indisposição que o forçaram a interromper temporariamente a campanha.
Entre os dias 7 e 9 de maio, o clima se tornou particularmente hostil, com confrontos em várias localidades, incluindo Vila Real, onde Ventura foi alvo de protestos organizados por manifestantes e membros da comunidade cigana. O líder do Chega relatou ter recebido um número alarmante de ameaças de morte, o que gerou um ambiente de insegurança em torno da sua pessoa e da sua campanha. Analistas políticos apontaram esses confrontos como um reflexo direto da crescente polarização social que marca o cenário político português, com o partido Chega no centro desse debate acirrado.
No dia 13 de maio, durante um jantar-comício em Tavira, Ventura começou a sentir-se mal, queixando-se de refluxo gástrico e tensão arterial elevada. A situação foi suficientemente grave para que fosse imediatamente encaminhado ao Hospital de Faro, onde recebeu tratamento. No entanto, o seu estado de saúde piorou ainda mais nos dias seguintes. Durante uma arruada em Odemira, o líder do Chega voltou a sentir-se mal e foi hospitalizado novamente, desta vez em Santiago do Cacém. Após a realização de um cateterismo cardíaco, que não revelou problemas graves, Ventura decidiu suspender sua presença física nas ações de campanha.
Apesar do afastamento, Ventura não queria deixar de marcar presença na reta final da campanha e, assim, reapareceu simbolicamente no encerramento da campanha eleitoral. No último comício, o líder do Chega fez questão de aparecer pessoalmente, visivelmente emocionado. Em frente aos seus apoiantes, e com a voz embargada, ele declarou: “Houve quem me quisesse morto”. A declaração foi amplamente comentada nas redes sociais, gerando reações fortes tanto de apoio quanto de crítica, e virou um dos temas mais comentados da reta final da campanha.
Este momento é um reflexo das tensões que marcam a política portuguesa, onde figuras como Ventura, com propostas polarizadoras, tornam-se alvo de críticas e de apoio fervoroso. A emoção de Ventura, aliada à gravidade dos episódios de saúde que enfrentou, trouxe à tona o lado pessoal e humano da política, algo que muitas vezes passa despercebido no calor das disputas eleitorais. As ameaças de morte e a violência nos protestos não apenas colocam em questão a segurança física de Ventura, mas também levantam preocupações sobre os limites da liberdade de expressão e a segurança dos políticos em tempos de polarização extrema.
Em termos de saúde, o afastamento temporário de Ventura evidenciou as dificuldades físicas que ele teve de enfrentar. No entanto, a sua determinação em voltar ao campo de batalha político, mesmo diante dos problemas de saúde, foi vista como um gesto simbólico de resistência e força. Este episódio deixou claro que, para muitos líderes políticos, a linha entre o pessoal e o público pode ser muito tênue, especialmente quando a pressão da campanha se intensifica.
A situação também levanta questões sobre o custo emocional das campanhas polarizadas, onde a rivalidade política pode ultrapassar os limites do discurso e se transformar em ameaças à integridade física dos envolvidos. Para Ventura, as últimas semanas de campanha não só foram um teste à sua saúde física, mas também à sua resiliência emocional, demonstrando o quão desgastante e desafiador pode ser o ambiente político atual.
Ao encerrar a campanha de forma dramática, Ventura não só fez história pelo conteúdo da sua mensagem, mas também pela maneira como a sua saúde e segurança se tornaram temas de debate público. A polarização política em torno do Chega e do seu líder tem sido um ponto de atrito constante, e este episódio apenas reforçou o clima de tensão em que a campanha se desenrolou. Em um cenário de forte divisão política, a saúde de Ventura e a ameaça à sua vida se tornaram um espelho das dificuldades enfrentadas por todos os que estão na linha de frente da política moderna.
Agora, à medida que as eleições se aproximam, a dúvida persiste: qual será o impacto desse dramático fim de campanha na imagem pública de André Ventura e no futuro do Chega? O líder do partido tem demonstrado uma determinação inabalável, mas a tensão, tanto física quanto emocional, pode ter deixado marcas duradouras na sua trajetória política. Resta saber como os eleitores irão reagir a esses eventos e se a figura de Ventura continuará a polarizar o cenário político português.