Nas eleições legislativas de 2025, o Chega, liderado por André Ventura, emergiu como uma das grandes forças políticas em ascensão. O partido aumentou significativamente a sua representatividade parlamentar, passando de 8,06% dos votos e 48 deputados em 2024 para 22,56% e 58 deputados este ano, com a possibilidade de conquistar mais mandatos com a contabilização dos votos da Europa. Este crescimento coloca o Chega lado a lado com o Partido Socialista em número de deputados, refletindo uma reconfiguração expressiva do equilíbrio político no Parlamento.
A Aliança Democrática (AD) também reforçou a sua posição, subindo de 76 para 86 deputados, consolidando a sua liderança como força de governo. A Iniciativa Liberal manteve a tendência de crescimento, alcançando nove deputados. O Livre duplicou a sua presença, passando de quatro para seis assentos. Em contrapartida, o Bloco de Esquerda sofreu uma queda abrupta, ficando reduzido a apenas um deputado, e o PCP viu a sua bancada encolher de quatro para três. O PAN manteve-se com um deputado e o Juntos Pelo Povo (JPP) entrou pela primeira vez no Parlamento com um representante. Já a coligação PPD/PSD.CDS-PP.PPM conquistou três lugares.
A análise política que se seguiu refletiu sobre os contrastes destes resultados. O cronista Luís Osório destacou os méritos de alguns líderes e o insucesso de outros, mas mostrou-se intrigado com o fenómeno do crescimento do Chega entre as camadas mais desfavorecidas da população. Para Osório, essa adesão representa uma contradição profunda: um partido que promete uma rutura radical, mas que, segundo ele, oferece pouco mais do que ilusões. A crítica reflete o espanto de muitos analistas perante a capacidade de Ventura em capitalizar o descontentamento social, mesmo entre os que teoricamente teriam mais a perder com as suas propostas.