A morte de Bruno Ferreira, de apenas 34 anos, na noite de sexta-feira, é mais um doloroso lembrete da fragilidade da vida nas estradas portuguesas — sobretudo quando se trata de motociclistas, um dos grupos mais vulneráveis no trânsito. O acidente ocorreu na Estrada Nacional 205, junto à Igreja Velha de Prado, numa curva que, segundo relatos, já terá sido palco de outras ocorrências semelhantes.
Bruno, natural de Navarra (Braga), era casado, pai de duas meninas, trabalhador dedicado na área da jardinagem e apaixonado pela criação de aves. Era também uma figura querida na comunidade motard e estava no caminho para um evento promovido pelo Moto Club local — uma viagem que acabou de forma trágica e prematura. O amigo que o acompanhava, igualmente ferido com gravidade, permanece internado em estado crítico.
A comoção nas redes sociais reflete o vazio deixado por alguém que, como tantos, sonhava com uma vida simples e estável — estava a construir a casa onde esperava criar a sua família. O “Bruninho”, como era carinhosamente tratado, tornou-se agora símbolo involuntário de uma estatística que teima em crescer: as vítimas mortais em duas rodas.
Este caso volta a levantar questões sérias:
- Estão devidamente sinalizadas e seguras as curvas perigosas nas estradas nacionais?
- Que medidas adicionais podem ser tomadas, sobretudo em vésperas de eventos motards e deslocações em grupo?
- E que papel têm as campanhas de sensibilização — não apenas dirigidas aos motociclistas, mas também aos automobilistas — na promoção de um maior respeito e atenção no espaço rodoviário?
A dor da perda de Bruno é sentida muito para além do seu círculo mais próximo. É uma chamada de atenção para todos: cada curva, cada noite, cada viagem deve ser feita com responsabilidade redobrada. Por ele, e por tantos outros.