Na madrugada de sábado, 24 de maio de 2025, um idoso de 88 anos atropelou um agente da Polícia Municipal em Viseu, após uma abordagem por estacionamento indevido. O condutor encontrava-se com uma taxa de alcoolemia de 0,96 g/l, considerada uma contraordenação grave.
Durante a fiscalização, o comportamento do idoso tornou-se hostil. Apesar de lhe ter sido ordenado que não conduzisse, desrespeitou as indicações da autoridade. Ao tentar manobrar o veículo, atropelou o agente, prendendo-lhe o pé debaixo da roda dianteira do carro. O agente ficou nessa posição durante vários minutos, até o condutor finalmente recuar.
O caso está agora nas mãos do Ministério Público, que avançou com a acusação por ofensas à integridade física e condução perigosa. O agente, entretanto, recebeu assistência médica e está em recuperação.
Este episódio reacende o debate sobre a condução em idade avançada, especialmente em situações agravadas pelo consumo de álcool. As autoridades apelam à responsabilidade dos condutores e à vigilância por parte das famílias, sempre que se percebam riscos acrescidos na condução por idosos.
O incidente ocorreu numa das ruas centrais de Viseu, pouco depois das duas da manhã, quando a Polícia Municipal foi chamada ao local para resolver uma situação de estacionamento irregular. O veículo em questão, conduzido pelo idoso, estava obstruindo parcialmente a via, gerando riscos para os restantes automobilistas e peões.
Ao chegar, os agentes constataram sinais evidentes de embriaguez no condutor, que apresentava dificuldade de articulação verbal, desequilíbrio ao sair do carro e odor a álcool. Foi imediatamente submetido ao teste de alcoolemia, que revelou um valor de 0,96 g/l, suficiente para configurar uma contraordenação grave.
O homem, ao ser informado que não poderia continuar a conduzir, reagiu com impaciência e irritação. Apesar das ordens claras dos agentes, decidiu entrar novamente no carro e tentou retirar-se do local. No processo, ao fazer marcha à frente de forma brusca, atropelou um dos polícias, que ficou com o pé preso sob a roda do veículo.
Foram momentos de tensão. O agente gritava com dores, enquanto os colegas exigiam que o condutor recuasse imediatamente. Só após insistência é que o idoso acedeu, permitindo a libertação do agente, que foi de imediato socorrido e transportado para o hospital. Sofreu lesões no pé, mas encontra-se fora de perigo.
A situação foi registada em relatório policial e encaminhada com urgência para o Ministério Público. Além da contraordenação por condução sob efeito de álcool, o idoso foi formalmente acusado de ofensa à integridade física qualificada e desobediência à autoridade.
O caso suscitou indignação entre as forças de segurança e reacendeu o debate sobre a aptidão para conduzir em idades avançadas. Muitos defendem que deve existir um sistema mais rigoroso de avaliação periódica para condutores seniores, especialmente após os 75 anos.
Entidades ligadas à segurança rodoviária reforçaram também os apelos à consciência familiar, destacando que filhos e netos devem estar atentos a sinais de incapacidade ou negligência dos condutores idosos, especialmente quando associados ao consumo de álcool.
Por agora, o processo segue em tribunal e poderá resultar na inibição de conduzir por vários anos, além de eventuais penas acessórias, consoante o desenrolar da investigação e o impacto final nas condições de saúde do agente atingido.