Jornalista da Al Jazeera Morto em Ataque Israelita na Faixa de Gaza

 

Conflito na região já vitimou mais de 206 jornalistas, enquanto os ataques se intensificam

A guerra em Gaza continua a fazer vítimas entre os profissionais de comunicação social. Esta segunda-feira, o jornalista Hossam Shabat, da Al Jazeera Mubasher, foi morto num ataque israelita na Faixa de Gaza, elevando para mais de 206 o número de jornalistas que perderam a vida desde o início do conflito. O exército israelita mantém as suas operações terrestres, cercando um bairro de Rafah, enquanto o número de vítimas civis e profissionais da imprensa continua a aumentar.

Desde que Israel retomou as suas ações militares a 18 de março, pelo menos 730 palestinianos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza. Apenas nas últimas 24 horas, 57 pessoas perderam a vida. A morte de Shabat ocorreu quando o carro em que viajava foi atingido por um drone em Beit Lahia, no norte do enclave. Segundo imagens captadas pela agência France Press, o veículo, claramente identificado com o selo e logótipo da Al Jazeera, foi atingido na parte traseira, e o corpo do jornalista foi encontrado caído nas proximidades.

O governo israelita justificou o ataque alegando que Shabat seria membro do Hamas, uma acusação que ele sempre negou. Organizações internacionais de defesa da liberdade de imprensa, incluindo o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), condenaram veementemente este ataque e alertaram para os perigos enfrentados pelos profissionais da comunicação social na região. Além de Shabat, Mohamed Mansour, funcionário da estação de televisão Jihad Islâmica Palestina Hoje, foi igualmente morto num outro ataque em Khan Younès, no sul de Gaza.

A repressão contra jornalistas tem sido alvo de críticas internacionais. O Sindicato dos Jornalistas Palestinianos denunciou este novo ataque como “um massacre contra profissionais da comunicação”. A guerra, desencadeada após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, continua a ceifar vidas, com profissionais da imprensa entre as vítimas mais expostas.

A 15 de março, quatro outros jornalistas foram mortos em Beit Lahia enquanto realizavam trabalhos para uma organização de caridade. Com mais de 206 jornalistas mortos desde o início do conflito, a comunidade internacional continua a pressionar por medidas que protejam os profissionais da comunicação social que arriscam as suas vidas para reportar os horrores da guerra.