O colapso da ponte Hintze Ribeiro matou 59 pessoas e deixou um país em choque
O dia 4 de março de 2001 ficou marcado como um dos momentos mais tristes da história de Portugal. A tragédia de Entre-os-Rios, que vitimou 59 pessoas, continua a ser lembrada com dor e indignação. A queda da ponte Hintze Ribeiro, que ligava Castelo de Paiva a Entre-os-Rios, trouxe à tona anos de negligência na manutenção da infraestrutura, resultando numa catástrofe que abalou todo o país.
A Ponte Hintze Ribeiro: Um Desastre Anunciado
Construída nos anos 60, a ponte Hintze Ribeiro mostrava sinais evidentes de degradação, agravados pelo tráfego pesado e pela falta de manutenção. Relatórios prévios já alertavam para fissuras na estrutura, mas as ações corretivas nunca chegaram a ser implementadas. Na noite fatídica de 4 de março de 2001, um autocarro da Rodoviária de Entre-os-Rios, repleto de passageiros que regressavam de um passeio, atravessava a ponte quando a estrutura colapsou. O veículo e vários carros foram engolidos pelo rio Douro, caindo de uma altura de 20 metros.
No programa “Dois às 10”, Joaquina, uma das muitas pessoas afetadas pela tragédia, partilhou o seu testemunho. Cristina Ferreira e Cláudio Ramos ficaram emocionados com a história de dor apresentada pela convidada, esta manhã em direto. A convidada perdeu os pais e o irmão no acidente e ainda hoje vive com a dor dessa perda. Antes do desastre, teve um pressentimento inquietante e tentou impedir a família de embarcar na viagem, mas o destino foi cruel. A notícia do desabamento da ponte foi devastadora e as buscas desesperadas por sobreviventes rapidamente se transformaram em operações de resgate de corpos, num cenário de angústia e sofrimento.
O Luto Sem Corpo: A Dor de Quem Nunca Teve um Adeus
Muitos dos corpos das vítimas nunca foram encontrados, deixando famílias presas a um luto sem desfecho. No caso de Joaquina, apenas um chinelo da mãe foi recuperado em Espanha, uma descoberta que apenas reforçou a dimensão da tragédia. A incerteza da despedida faz com que o trauma persista, especialmente para quem, como Joaquina, vive e trabalha perto do local da tragédia, sendo diariamente confrontada com as memórias do que perdeu.
23 Anos Depois: Lembrança, Justiça e Reflexão
Mais de duas décadas depois, a tragédia de Entre-os-Rios continua presente na memória coletiva de Portugal. O desastre serviu como um alerta para a necessidade de maior fiscalização das infraestruturas, levando a reformas na segurança rodoviária e na manutenção de pontes. No entanto, para os familiares das vítimas, nenhuma mudança será suficiente para apagar a dor da perda. O local da tragédia permanece como um símbolo de negligência fatal, mas também como um espaço de homenagem àqueles que partiram naquela noite trágica.
Veja o momento aqui: Tragédia de Entre-os-Rios e aqui Ponte de Entre-os-Rios