Tragédia em Portela de Sintra reacende debate sobre segurança ferroviária em Portugal
Na tarde de terça-feira, 15 de abril de 2025, um homem de 64 anos perdeu a vida após ser colhido por um comboio na estação de Portela de Sintra. O alerta foi dado por volta das 15h00, mobilizando rapidamente os meios de emergência. No local estiveram os Bombeiros Voluntários de São Pedro de Sintra, uma viatura de desencarceramento, uma ambulância e uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Cascais, que acabou por declarar o óbito no local.
A circulação ferroviária na linha ficou temporariamente condicionada, enquanto as autoridades iniciaram as diligências para apurar as causas do trágico incidente. Ainda não foram divulgadas informações concretas sobre as circunstâncias do acidente, estando em curso uma investigação oficial.
Segurança ferroviária: avanços e desafios
Este episódio volta a colocar em evidência a importância da segurança nas estações e linhas férreas portuguesas. Apesar dos avanços registados na última década, com esforços visíveis por parte da Infraestruturas de Portugal (IP) e do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), continuam a ocorrer situações com consequências fatais.
Até ao final de 2024, existiam 785 passagens de nível (PN) em exploração na Rede Ferroviária Nacional (RFN), das quais 395 eram automatizadas e 26 guardadas — um reflexo do esforço para melhorar a segurança nos pontos de maior risco. Para além disso, o IMT mantém ações regulares de supervisão e fiscalização, com medidas corretivas sempre que necessário.
No entanto, os desafios persistem, sobretudo em áreas urbanas densamente povoadas, onde a movimentação constante de passageiros e a proximidade de zonas residenciais e comerciais aumentam o risco de incidentes. A educação para a segurança, o comportamento consciente dos utilizadores e a presença ativa de vigilância são tão cruciais quanto o investimento tecnológico.
Uma responsabilidade partilhada
Incidentes como o de Portela de Sintra recordam-nos que a segurança ferroviária é uma responsabilidade partilhada. As autoridades e operadores ferroviários devem continuar a investir em infraestruturas mais seguras, tecnologias preventivas e campanhas de sensibilização. Por outro lado, os cidadãos devem adotar comportamentos prudentes e estar atentos aos riscos, especialmente em zonas de passagem e proximidade com a linha férrea.
Portugal tem dado passos importantes nesta área, mas situações como esta demonstram que o trabalho está longe de terminado. A colaboração entre Estado, operadores e população é essencial para que tragédias como esta não voltem a repetir-se.